A passagem
Jane Moreira e Godila Fernandes
Comoveu-me o espanto velado
Nos olhos, janelas da alma, inocentes,
Procurando o motivo de tal desagrado,
Que viam nos olhos de toda aquela gente...
Andarilhos cheios de amor e fome,
Doces camponeses sem nome,
Rejeitados pelas famílias tradicionais,
Amontoados pelas ruas como desiguais.
Andarilhos em seu olhar extático,
Vislumbrando o nada azul do céu,
Traziam nos braços o símbolo fático,
Do amor às flores, doce pote de mel.
E os olhos inocentes não entendem o fel...
Assombrados só pedem passagem
E se fazem transparentes como véu,
Passando em busca de mais doce aragem...
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