domingo, 3 de novembro de 2013

Desencontro transitório





Desencontro transitório


Jane Moreira, Fabio Granville e Godila Fernandes


Como se fosse um déjà-vu,
Foi o que senti ao te encontrar
E depois, assustada, fugi
Da verdade que querias revelar...

Tempo quente, céu azul,
Era como estava ao te ver passar.
Dei as costas para ti,
Mas continuei seguindo a pensar.

E o tempo parou um instante,
O tempo de poder me ocultar
E seguir, como criatura errante

Haverá, com a concorrência do Universo,
hora e lugar para nossa energia de amor,
reencontrar em nosso coração o reverso...





Suave lembrança







Suave lembrança
Jane Moreira e Godila Fernandes


Foi tão suave o roçar daquela mão,
que imaginei ser de uma pétala macia
e senti na pele a inequívoca sensação
de ter sido apenas ilusão, talvez magia.

Apurei meu tato e cerrei os olhos,
uma aura leve roçou-me os cabelos,
num suave acetinado, como agasalhos,
de um feixe de luz , qual alma e espírito anelos!

E me transportei a uma outra era,
onde a beleza de viver residia
e quis voltar no tempo, doce quimera!

Tempo de um bem estar de perene magia,
onde dois corpos em anelo eterno vivera,
num parar o tempo em eterno gozo de euforia!






A passagem





A passagem

Jane Moreira e Godila Fernandes

Comoveu-me o espanto velado
Nos olhos, janelas da alma, inocentes,
Procurando o motivo de tal desagrado,
Que viam nos olhos de toda aquela gente... 


Andarilhos cheios de amor e fome,
Doces camponeses sem nome,
Rejeitados pelas famílias tradicionais,
Amontoados pelas ruas como desiguais.


Andarilhos em seu olhar extático,
Vislumbrando o nada azul do céu,
Traziam nos braços o símbolo fático,
Do amor às flores, doce pote de mel.


E os olhos inocentes não entendem o fel... 
Assombrados só pedem passagem
E se fazem transparentes como véu,
Passando em busca de mais doce aragem...