segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Da sorte ao corte




Da sorte ao corte

Jane Moreira e Anorkinda Neide

No vai-e-vem da sorte,
quem pode ter certezas?
Mesmo sendo forte,
às vezes por desesperança,
nada faz além de esperar a morte...

No revés da confiança,
perdeu as sementes
que, por acidente,
foram abortadas
em uma das ausências da sorte...

É bem-vindo o corte
de todas as pendências.
Mesmo tendo um norte,
às vezes pesam na balança
problemas de todo o porte...

Em vez de evitar a mudança,
e se mantivermos a fé,
todo movimento é crochê
de ponto combinado
que valoriza a costura e o corte...




De chuva e sofrimento

De chuva e sofrimento

Jane Moreira e Lena Ferreira








Rua deserta,
chuva caindo de mansinho,
quase fazendo um carinho
na minha face triste e cansada...


E me faz desacelerar o passo
e respirar alegria nesse momento.
Esquecendo todo o cansaço,
faço da chuva meu linimento.


A chuva aperta
encharca o caminho
e eu sigo sozinho
nessa caminhada


Não mudo o passo;
lavo minha alma
na chuvarada
e seco o sofrimento